segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Tributo a Nelson James

O médico sanitarista Nelson James, antes de ser candidato a prefeito e eleito pela coligação PT-PSDB-PSB, teve um trabalho profundamente carismático, extremamente humano, com muita simplicidade e humildade junto á comunidade barretense. Fazia um trabalho diferenciado na forma e método de atendimento á população, como também em suas palestras, artigos em jornais, entrevistas em rádios e TV, onde ele tratava, sobretudo da saúde dos trabalhadores, trabalhadoras e suas famílias.

Um ser absolutamente humano, “humano demasiado humano” (na linguagem de F. Nietzsche) cuja prática chamou atenção da comunidade em geral e de alguns setores em particular, que atuam mais diretamente na questão política partidária da cidade. Por isto, encaminhou-se um processo de conversas entre partidos (PSDB, PT, PSB) e outros setores da sociedade, para que ele fosse candidato a prefeito. Ele aceitou, e fomos para as ruas, avenidas e todos os bairros da cidade. Anteriormente Nelson estava disposto a ser candidato a vereador.

Quando esta em questão, um processo político humanizante e ético, dentro de um processo democrático, ou seja, coletivamente elaborado e discutido, espíritos muito pequenos e de baixo nível, com algumas conversas que provocaram discussões, sobretudo entre alguns membros do PSDB como também do PT – que semearam uma análise totalmente negativa da administração Nelson James. Inclusive membros do PSDB saíram dos cargos em comissão dizendo que; Nelson James ao assumir a prefeitura “virou as costas para o partido, foi uma sombra passageira pelo PSDB, que sempre foi um petista enrustido, ofuscando a cidade temporariamente, um monstro que quero que nunca mais volte, e que saia do partido” ( o Diário 19/10/97). Artigo de Julio César Cardoso, ex-presidente do PSDB, que apunhalou o Nelson James depois que ele foi embora, para mim uma expressão de muita covardia, de quem ocupou cargo público na gestão e como presidente deveria ter um mínimo de ética para resolver no “cara a cara”, enquanto Nelson estava presente. Isto é uma vergonha.

Como também há membros do PT defendendo que o PT saiu muito mal da administração, porque Nelson só fez o terminal de integração e mais nada, e que a dívida política ficou nas costas do PT. Isto também é uma vergonha!

É por respeito á história desse processo de luta em construção, que pesquisei todo o período de l992 a 1997, para tirar dúvidas, não ás dúvidas dos que estiveram atuando no processo - pois estes sabem realmente os fatos que aconteceram, porque e como aconteceram, mas tentam enganar a própria comunidade para tirar algum benefício disto.

Esta pesquisa é para os que não viveram ou não participaram deste processo, sobretudo a juventude. Por exemplo: com os convênios firmados, com as fotos das obras realizadas (que não são poucas), com entrevistas de outros membros do PSDB, que junto com o prefeito Nelson James viajaram atrás de verbas para a cidade junto ao Governo Federal (FHC) e Estadual (M. Covas), mas cujas demandas foram pouco atendidas. Atendia-se muito mais às lideranças do congresso, mesmo sendo oposição local. Como diz José Rubens (vereador do PSDB da época), os homens no poder do PSDB é que deram as costas para Barretos.

Mas mesmo assim podemos citar alguns trabalhos: a Casa do Menor, Casa do Trabalhador Rural, reforma total do CSU (Centro Social Urbano), implantação da Secretaria do Meio Ambiente e da Cultura, a lei da cultura (que o Uebe eliminou), teatros na praça, nos bairros, shows também nos bairros, construção de um dos lagos e reforma do outro, terminal de integração, reforma de creches e construção de outras, reforma de outros patrimônios como calçadão, museu, praças, construção de escola municipal, ampliação de avenidas como 34, 18 etc., asfaltamento e esgoto em bairros, infra-estrutura com dinheiro próprio, nas casas e prédios da CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano), exigência de ética na distribuição das casas de forma pública e aberta, e infra-estrutura do Shopping e também do Fórum no Lago. Além do convênio de 70% assinado no seu mandato da via Cristiano-Barretos II, e do complexo do Barretos II, a Avenida Fraternidade Paulista, Avenida Cardoso Alves, a Implantação do Projeto de Alfabetização de Jovens e Adultos (PROAJA), sede própria do Instituto da previdência municipal e regulamentação do Instituto Barretos de Tecnologia (IBT), etc.

E para ver o trato que Nelson tem com a questão do dinheiro público, quando Uebe, como deputado anuncia tantos milhões par asfaltar 9 bairros, Nelson responde que só dá para fazer 5. Isto porque Uebe faz asfalto de casca de ovo, que sempre tem que ” recuperar”. Com Nelson é asfalto duradouro.

Aliás, baseando nas declarações do jornal e da rádio do deputado Uebe, se todas as verbas e todas as empresas que diz que trouxe para o desenvolvimento de Barretos, fosse verdade e fosse concretizada, com certeza Paris ficaria envergonhada e com inveja.

Nelson assumiu a prefeitura com um orçamento de 29 milhões e a deixou com 50 milhões, mais a municipalização da saúde, da educação e a reforma tributária e administrativa que valorizou o funcionário municipal. Nelson não criou sua rádio ou jornal para divulgar suas obras, não investiu além da necessidade na comunicação com a comunidade, como os eternos candidatos fazem. Não desviou um centavo do dinheiro público, como Sérgio prefeito de Guaíra, não ficou rico, como a maioria que em um ano de mandato já tem sua vida feita para sempre, com desvios de dinheiro público, “aposentado” eternamente. Nelson continua médico sanitarista nas periferias litorâneas.

No livro todas estas questões serão tratadas e aprofundadas. Sobretudo para que as novas gerações possam ter outro ponto de vista sobre esse processo histórico. A história é o que é e não o que muitos querem que ela seja. A conduta não esta nas siglas, mas como elas se revelam na história avançando ou não os valores humanos.

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