quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Familia e o Faissal

Um dia o faissal me parou na praça sentou comigo e me perguntou, você se incomoda se eu ti ajudar junto uns 400 reais por mês para voce comer melhor, seus remédios. Falei para ele: dinheiro vindo de boa vontade e e fonte limpa aceito, mesmo porque meu irmão esta sendo despejado da casa por não ter pago aluguel, isto que você propõe faltara 150 para pagar o aluguel mensal do meu irmão. Depois na loja dele ele me falou e nervos que uma cunhada amais vagabunda da familia diz para ele que estava vivendo como mendigo e que ele ele poderia me ajudar. Ai foi eu que fiquei nervoso, mandei para aqueles lugares. Esta cunhada não tinha como vender a perua combi porque todos os documentos e IPVAs atrazados, mas de mil mil conto, na campanha via francisco, pagou todas as documentação, pois dois pneus para um mês de campanha, deu em dinheiro 1000 parta lugel deles, ela trabalha com a pastoral da mulher marginalizada, que não tinha potjão de gás proprio, elessandra assessora do francisco comprou etc.
Mas eu dize ao faissal: '-me surpeende esta sua postura pela história que tem, e mesmo eu como mendigo qual o problema, qual a diferença de ser de mesma fonte, mesmos caminho e mesmo fim, o que te faz se sentir mais do que um mendigo como eu no meu caso, e não ser preconhecido e intolerância frente ao a outro, ao diverso. Desqualificar, ter preconceito nada mais que é do que uma forma de humilhar, coisa inaceitável que nem as pedras
aceitaram pedras. Por isto disse a ele: '- Você simplemente me ofendeu profundamente. Você merece esta minha explicação porque voce sempre teve uma olhar muitas mais amplo sobre a vida, as vidas e o seres do que eles não tem, e a acho que nunca terão. Por isto fiz aquele e-mail para enviar para o faissal - escrever é uma arma que marca mais que a fala.'

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Caro Carlos

Refletir com você é muita grandeza e profundidade, mais os pontos que dicordo são estes:

I- não perdi familia: assinar um divorcio não se perde nada nem familia nem nada, voce perde quando perde voce mesmo, deixa de cuidar de si e dos que estão dentro de seu interior. Qualquer pode ligar para lidia , os filhos e marido e perguntar se eu deixei de cuidar? Eu cuido inclusive de amigos quando estão doentes eu eu faço visitas permanentes, ajuda na cozinho (se separa de voce mesmo). Eu tenho em mim uma unidade muito profunda e forte e ligada( interligada,entrelaçada) a totalidade, usando da teologia cristã: pai que todos sejam um como eu e voce somos um

II solidão e sociabilidade: já respondi para revista de filosofia sobre estes dois conceito que na prática são um só: uma revista de filosfia diz que um homem na montanha, um eremita, um ermitão, um homem do deserto, eles são pessoas em estados de solidão, de socibilidade no cocnieto que voce me enviou.
Já bati de frente dizendo minha opinião, a solidão (ou não sociabilidade) só acontece quando voce se separa de voce mesmo e procura muletas - separa de voce é de certa forma um começo para desistir de si mesmo, o que nunca fiz- estar no quarto, nas montanhas dos outros), no deserto, o seu corpo só(isolado fisicamente dos outros) mais inteiro consigo mesmo esta absolutamente conectado á toda totalidade. A solidão é quando o deserto é dentro de si, a separação de si, voltando á teologia cristã- não é o que entra para dentro do seu interior que é impuro, é o que sai.

III- PERDI O PARTIDO: desfiei para estudar mais profundamente na unicamp junto com o cemarx. Ao contrário, sobretudo depois de 2002 ganhei junto com outros, onde articulei todos as discuoes e caminhos, derrotamos ezisto, mussa e colocamos o uebe no chão. Estar em sigla ou não é a coisas mais desnecessária no meu olhar, o que importa é a conduta na história. Por exemplo os que tem cargos publicos na camara e prefeitura não quiseram levar a base na posse da Dilma, eu junto o Zé, não filiados a nada, nós o fizemos, o mundo viu, fiz vários entrevistas, com camisetas e faixas - mais uma senhpr me diz- as duas coisa mais imprortante na minha vida são. meu primeiro filho e esta caravana que voce organizou para a gente participar deste grand e moemento da história.

IV: sobre o importante é manter o sonho, ou como diz Gandy mais importante que á vitória é a luta e não desistir dela. Tanto que foi ver se terei tempo de vida para com mestrado já começou a dar aulas em faculddaes que desde 1985 que vim para Barretos me convidaram.

Querida Raissa,


A questão se voce quizer ir na posse junto com nossa caravana fico grato, desde que seja porque voce realmente quer ir por si mesma e não pelo seu pai ou por ninguém. Quando envio este mensagens é para manter o elo, o nó de nossas vidas em dia, com comunicação, dedicação e amor e da beleza e grandeza que voce felipe e renata trouxe para nossas vidas e para o universo.
Por exemplo: o meu campeonato acabou, o juiz da história já apitou o final do jogo - paginas de um livro eterno - começa outra pagina - neste jogos da vida várias vezes o juiz prolongou o jogo, outras vezes teve até prorrograções, mais em algum momento o jogo acaba. Jogo que joguei deste os 15 anos acabou, o que tem pela frente á só a grande ceia, grande festa dia 1, de depois se tiver mais tempo por aqui, vou onde estiver comemorar este plenitude no aqui e agora.
Agora você entrou em campo a pouco tempo, o jogo esta 5 há 10 minutos mas tem muito tempo de jogo para você, para o Felipe, para a Renata. Só sei e estou contente, feliz, encantador com vocês tendo tranqüilidade pois vocês estão entrando em campo da vida com tática, estratégia, metodo e tecnica bem clara e definida, como também com bom preparo físico e mental.

O Homem Diante da Morte

Tai uma reflexão que há doze anos tenho refletido, estudado com afinco em todos os nives, filosoficos, biologias, teologicos quando busquei responder para mim mesmo qual o sentido que vou dá á propria morte? Sintetizando: o sentido da propria morte nada mais é do que voce dá á própria vida. E se no texto abaixo é pela ciencias que se vai vencendo a morte, vencendo doenças etc, no meu olhar pela filosofia, o ser humano só vence realmente a morte, ao vencer a si mesmo, vencer a si mesmo é exatmente entrar em suas aguas mais profundas, conhecendo a ti mesmo, como diz dom Herder rompendo seu s desafios,suas fronteiras que no caminho esta atendo ás setas mudanças sem mudar a si mesmo, ou seja, o alicerce de rocha que contruiu consigo mesmo.
Por isto diz, principalmente ao meus filhos, como minha vida foi aqui e agora plena, encantadora, transcendental, aqui mesmo venci a morte que é e será também encantadora, mas não como ruptura, mas sim como um encontro consigo mesmo.


O HOMEM DIANTE DA MORTE: RITOS E MENTALIDADE.SOMOS TODOS CAVEIRAS DO BOPE
Janaína Botelho

Pode causar estranheza, mas muitas vezes os historiadores se valem de fontes que o senso comum pode até considerar bizarro, mas que fornecem ao pesquisador material suficiente para se reconstituir as relações familiares, as mentalidades, as visões de mundo, o comportamento, entre outras. Assim o fez o historiador francês Philippe Ariès em dois volumes de sua obra, “O H omem perante a Morte”, um clássico no tema. No Brasil, “A Morte e os Mortos na Sociedade Brasileira” é um livro interessantíssimo organizado por José de Souza Martins e igualmente “A Morte é uma Festa”, por João José Reis. A morte vem sendo historicizada dando importante contribuição à história das mentalidades. Chamou-me a atenção o emblema do BOPE em uma visita que fiz àquela instituição, em outubro desse ano, com meus alunos de História do Direito Brasileiro da Candido Mendes. O símbolo do BOPE, uma caveira com uma faca verticalmente encravada no crânio e duas pistolas transversas foi apropriado de um esquadrão inglês da SegundaGuerra Mundial, que tinha como missão sabotar as bases nazistas na França ocupada. Essa alegoria significa VENCER A MORTE. Não é necessário esclarecer aqui o risco diário de suas vidas a que esses homens estão sujeitos em suas atividades cotidian as. Em 2007, um membro do BOPE foi baleado logo depois de sair do blindado numa incursão em uma comunidade no Rio de Janeiro. Em entrevista a um jornal, assim declarou: “...Eram 23h quando avistamos um grupo.
Trocamos tiros e eles entraram no beco. Demos a volta e desembarcamos para ver se tínhamos acertado alguém. Entramos no beco escuro e eu puxei a ponta [foi na frente]. Quando virei a esquina, estava a dois passos do cara[traficante]. Como estava escuro, só vi a boca de fogo
da arma dele. Levei dois tiros na barriga. Uma passou a um centímetro do rim. Pensei que ia morrer. Continuei trocando tiros. Travou a arma e fui para um abrigo. Um tiro pegou no carregador e ficou no colete. Dois tiros acertaram o meu fuzil, um bateu na câmara de gás e outra na janela de injeção. Foi minha vitória sobre a morte.” Apesar de dois tiros que o atingiu, ele sobreviveu e está novamente na ativa. Por isso, gritam sempre: CAVEIRA!

Como disse antes, a “vitória sobre a morte” é representada pela alegoria da caveira com uma faca encravada sobre o crânio. Mas é possível uma vitória sobre a morte? Desde que a medicina evoluiu é plausível que o homem contemporâneo tenha tal pensamento, o que era absolutamente inconcebível para o homem oitocentista(sec.XIX), época em que medicina ainda dava os primeiros passos. Diante da morte, só lhes restava a resignação, a contrição, o resguardo e principalmente a humildade. No século XIX, quando a medicina nada mais podia fazer no padecimento da doença, quando se vai perdendo o vigor e azougam as forças, os poderosos homens de outrora, senhores de escravos e ricos proprietários, tornam-se humildes diante dos últimos sacramentos. Numa contrição religiosa e desprendidos de tudo que é profano, aprestam-se a comparecer súplices, humildes e caridosos pe rante o Juiz Divino. Nesse momento, alguns se vestem com indumentárias de ordens religiosas, outros libertam escravos ou pedem mortalhas simples. D. Pedro I, homem autoritário, morreu tuberculoso aos 35 anos de idade em 1834. No seu leito de morte em Portugal, pediu que no seu enterro não houvesse exéquias reais, como determinava o protocolo. Queria ser enterrado em caixão de madeira simples, como um soldado. Já a sua amante, a biscaia Marquesa de Santos, falecida em 1867, encomendou 70 missas: 50 pela sua própria alma e em um gesto de humildade hipócrita característica das elites da época nessas ocasiões, pediu 20 missas para seus escravos mortos. Elias Antonio de Moraes, o Barão de Duas Barras(1840-1928) por ocasião de sua morte é colocado como um benemérito por ter auxiliado na educação de “moços desfavorecidos” que depois alcançaram posição de relevo na sociedade. Na hora da morte, de senhor de escravo passa a “pai dos pobres”. O Barão de Nova
Friburgo(1795-1869) igualmente pediu ritos simples, por ocasião de sua morte, nos informa Luiz Fernando Folly no livro “Barão de Nova Friburgo”. O barão solicitou ser envolto em um pano preto, colocado em caixão simples e enterrado em cova rasa, simbolizando nesse rito o desapego às coisas materiais. Tanto o Barão de Nova Friburgo quanto o de Duas Barras, no derradeiro momento de suas vidas, trocam o açoite do “bacalhau” que tanto rasgou os corpos de seus escravos, pelo cajado e o báculo dos humildes. Imaginam que os ritos simples na hora da morte os tornam sublimes e apagam seu passado onde amealharam fortuna às custas do sofrimento humano, a escravidão. Passados pouco mais de um século, é interessante comparar essas duas
visões de mundo do homem perante a morte: a das elites oitocentistas e a do soldado do BOPE. Dos primeiros a resignação, a contrição e a humildade. Do segundo, a luta, o desafio e o triunfo. Nessa ambivalência do pensamento humano podemos perceber uma mudança de mentalidade que coloca um fosso profundo ditada pela linha do tempo entre esses dois estágios da história da humanidade. Muda-se o pensamento diante da morte que pode ser vencida pelo homem contemporâneo, sendo a medicina um fator determinante. Atualmente, doenças como a tuberculose, o câncer e a AIDS não são mais sentenças de morte, começa-se a acreditar. Consequentemente, já que podemos vencer a morte, pode-se afirmar, por analogia a alegoria do BOPE, que somos todos CAVEIRAS!

É interessante as representações sobre a morte. No século XIX , era comum as pessoas da elite fotografarem seus familiares mortos antes de os enterrarem, em situações do seu cotidiano. Alguns até já apresentavam o rigor mortis. Muitas vezes os familiares vivos participavam dessas fotos com os mortos. A simulação era tão perfeita, que abaixo, mal percebemos na foto qual das mocinhas é a morta. Provavelmente é que se encontra sentada.

Tributo Pelo Fim da Humanidade

Conversando sobre a vida com diversos amigos e amigos, nesta bela e ao mesmo trágica travessia humana decidi escrever este texto, claro, a partir do meu ponto de vista. A vida vai nos ensinando profundamente ou não a todas as pessoas através das experiências vividas, dos olhares definidos tanto na realidade que esta a sua frente,a parede bem pintada como aparência (os espetáculos que movem a maioria das ações dos chamados humanos) a com a que estão atrais das paredes, do fundo, sua transcendência agora clara com toda sua iluminação.
Casei em 1985 com a pequena/grande lidia, com que tivemos 3 encantadores filhos (as) Raissa, Felipe, Renata, causa única que eu aceitaria a reencarnação, mas morando numa ilha, nas montanhas, longe da totalidade da profunda crueldade que os humanos se tratam, mas somente voltaria se eles também aceitasse eu eu fosse o pai deles.
Eles nasceram, e agradeço muito a isto, quando vivia a vida como se a vida humana enquanto humano demasiadamente humano se não fosse ainda uma realidade, seria sim, lutando muito eu sabia, uma possibilidade que poderia se concretizar plenamente ou próximo disso.
Eles sabem que com trinta e oito anos tive um coma, quase morto por segundo por um bombeiro que me atendeu desmaiado no chão. Com o tempo fui me recuperando graças ao apoio de familiares , amigos e amigas.
Voltando á consciência, comecei a aprofundar a relação humana real, o concreto das crueldades, de seres autogenocidas , ou seja, tentando entender a vida como ela é: uma sociedade, uma humanidade que tem com método e meta fundamental a sua própria destruição, a crucificações , perseguições , humilhações e mortes das mais diferentes formas, por motivos profundamente sempre mais banais.
Este meu aprofundamento foi relendo todos os grandes pensadores há humanidade, como também,ouvindo muitas pessoas de diversos setores desta sociedade.
E a minha principal bandeira para começar a acabar com a humanidade proponho ao mundo homens e mulheres não reproduzirem mais filhos (as). Isto porque, a maioria das pessoas tem filhos, nada mais como um grande negócio, como se fosse uma poupança para quando envelhecer, adoecer terão seus filhos para cuidar e de tiver patrimônio, manter a herança familiar.. Portanto, voltando a Marx e Engles, família como um mercadoria de troca Ter filhos hoje como eixo na profundidade do amor e do cuidado participando para que eles tenham uma assa bem segura para voar, cujo voou independente de sua direção é de inteira responsabilidade deles.
Vivem assim pessoas de alta espiritual idade que não precisam e não querem que filhos (as) “cuidem” deles no momento do processo do envelhecimento. Isto é até injusto para com eles, visto que todo pai e mãe pagam impostos para o estado, por isto tem-se é que cobrar dos governos políticas publicas de estados, para que nestes momentos do envelhecimento, maturidade o chamado “idoso” tenha toda estrutura material e espiritual. Para isto legalizamos,institucionalizamos o estatuto do idoso depois de muitas lutas, mas sua realização ainda muito longe de s e realizar na prática.
Ter ou não ter filhos (as) a quantidade a ter, sempre foi um exigências dos donos do poder econômico,social, político, religioso, para que? É para cuidar bem dos filhos e filhas da nação em todo tempo de sua vida? Ou é para usar , explorar sua energia, sua força produtiva em todos sentidos de sua vida, para cumular cada vez mais poder , e assim planejar as mais diferentes e diversas formas de guerras genocidas, de profundas intolerâncias, matando a cada instante milhões e milhões de seres, sobretudo pela fome de crianças, jovens, adultos e idosos, não atendimento medico etc, etc, crueldades, crueldades, autogenocidio...
O mundo tem riqueza suficiente para todos terem condições materiais extremamente dignas para a vida toda, mas isto não interessa ao eles os dono do planeta, que são uns 5 por cento dos habitantes desta terra, nos usam e nos matam.
Os países quando tem poucos jovens investe tudo, muita grana para que tenham filhos para o bem do pais, da humanidade e sua continuidade. Mas pergunto, afinal qual humanidade? A de Darwin, filhos dos macacos, agindo como macacos e pensando como macaco da pré história, há milhões de anos atrás, então o dono do poder estão certos.

Pois a civilização no seu conceito mais profundo de existir humano demasiadamente humano, pleno e transcendente no aqui e no agora, ainda não chegou por aqui. Por isto, a grande filosofa Harand Arandt, origem alemã, colocou no seu livro em l958, “A condição humana”, o homem por enquanto é ainda apenas uma animal natural, sua humanidade mesmo esta anos luz para se realizar, se eles não se destruirem totalmente antes, pelo autogenocidio em fim concretizado.

E se F. Nieztche escreveu como filosofo “humano demasiadamente humano”, na política, na economia, na questão social e cultural devemos escrever outro livro: humanos demasiadamente desumanos.

POR ISSO FIZ ESTE TRATADO PELO FIM DA HUMANIDADE QUE É A ÚNICA FORMA DE SALVAR , E FUNDAMENTAMENTE TODO PLANETA E SEUS DEMAIS PROCESSOS DA NATUREZA E A UNICA FORMA DE CONCRETIZAR ISTO É OS HUMANOS DEIXAREM DE REPRODUZIR. TUDO COM O TEMPO ESTARA SALVO.

tratado pelo fim da humanidade-por Sueli

Braz



O seu texto traz a objetividade que incomoda e horroriza a sociedade, não tanto pelas palavras...mas pela ideia.

Percebi que o autor do comentário que vc me encaminhou, procura explicações para a construção do seu texto em sua biografia...como se vc ñ vivesse num mundo capaz de oferecer rica matéria prima para as suas reflexões.

O mundo é assim, as pessoas tendem a procurar explicações óbvias e se esquecem das sutilezas, dos substratos...



Abraços,

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

tratado pelo fimda humanidade- por raissa

Pai,
Adorei seu tratado sobre o fim da humanidade. É muito polêmico o tema, mas muito verdadeiro. A maioria das pessoas tem filhos sem antes refletir sobre a responsabilidade de se criar uma vida, muitas vezes as pessoas não decidem ter filhos e engravidam "sem querer", tem filho só porque é natural ou porque, na cultura machista em que vivemos, as mulheres acham que só serão mulheres plenas quando derem à luz. E mesmo quando um casal ou uma mulher deseja ter um filho, tendo a consciência sobre a responsabilidade dessa decisão, desejam uma criança por motivos egoístas, para diminuir a solidão, para "prender" o parceiro na relação, para ganhar um status de autoridade que os pais tem, assim como antigamente tinha-se filhos para ter mais gente para trabalhar na roça. Pensa-se nos benefícios que o filho vai trazer, mas não nas condições de vida que vão poder dar ao filho. O egoísmo é tão grande que os pais querem que seus filhos cresçam a sua imagem e semelhança, que seja homem como seu pai foi e mulher como sua mãe foi, qualquer caminho diferente escolhido é motivo de vergonha. Ou seja, não querem a felicidade daquela ser livre, querem criar uma pessoa que seja a miniatura de si e que continuem se reproduzindo...

tratado e tributo pelo fim da humanidade

Bráz, meu grande amigo,
li a sua reflexão sobre o "Tratado e Tribudo pelo fim da humanidade", algumas pontuações me parecem corretas, mas o fechamento do texto me deixa triste.
Será que a destruição da humanidade é o único modo a ser seguido? Não tem outra solução a não ser o auto extermínio ou a esterilidade? As ações humanas não são capazes de mudar os rumos da história e do planeta? A revolução da classe trabalhadora perdeu o seu papel de condutor da luta pela autoemancipação da humanidade e a não destruição do planeta? A busca pela liberdade perdeu a sua característica?
Bom ficam esses apontamentos para o debate.
Um grande abraço do seu eterno e velho amigo que aprendeu muito com vc, desde o primeiro curso que participei sobre Marx.
Adriano José
Goiania, 12 de janeiro de 2011.

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

L. BoFF NO COSMO

Leonardo Boff
Filósofo e Teólogo

O antropoceno: uma nova era geológica

As crises clássicas conhecidas, como por exemplo a de 1929, afetaram profundamente todas as sociedades. A crise atual é mais radical, pois está atacando o nosso modus essendi: as bases da vida e de nossa civilização. Antes, dava-se por descontado que a Terra estava aí, intacta e com recursos inesgotáveis. Agora não podemos mais contar com a Terra sã e abundante em recursos. Ela é finita, degradada e com febre não suportando mais um projeto infinito de progresso.

A presente crise desnuda a enganosa compreensão dominante da história, da natureza e da Terra. Ela colocava o ser humano fora e acima da natureza com a excepcionalidade de sua missão, a de dominá-la. Perdemos a noção de todos os povos originários de que pertencemos à natureza. Hoje diríamos, somos parte do sistema solar, de nossa galáxia que, por sua vez, é parte do universo. Todos surgimos ao longo de um imenso processo evolucionário. Tudo é alimentado pela energia de fundo e pelas quatro interações que sempre atuam juntas: a gravitacional, a eletromagnética e a nuclear fraca e forte. A vida e a consciência são emergências desse processo. Nós humanos, representamos a parte consciente e inteligente da Via-Láctea e da própria Terra, com a missão, não de dominá-la mas de cuidar dela para manter as condições ecológicas que nos permitem levar avante nossa vida e a civilização.

Ora, estas condições estão sendo minadas pelo atual processo produtivista e consumista. Já não se trata de salvar nosso bem estar, mas a vida humana e a civilização. Se não moderarmos nossa voracidade e não entrarmos em sinergia com a natureza dificilmente sairemos da atual situação. Ou substituímos estas premissas equivocadas por melhores ou corremos o risco de nos autodestruir.A consciência do risco não é ainda coletiva.

Importa reconhecer um dado do processo evolucionário que nos perturba: junto com grande harmonia, coexiste também extrema violência A Terra mesma no seu percurso de 4,5 bilhões de anos, passou por várias devastações. Em algumas delas perdeu quase 90% de seu capital biótico. Mas a vida sempre se manteve e se refez com renovado vigor.

A última grande dizimação, um verdadeiro Armagedon ambiental, ocorreu há 67 milhões de anos, quando no Caribe, próximo a Yucatán no México, caiu um meteoro de quase 10 km de extensão. Produziu um tsunami com ondas do tamanho de altos edifícios. Ocasionou um tremor que afetou todo o planeta, ativando a maioria dos vulcões. Uma imensa nuvem de poeira e de gases foi ejetada ao céu, alterando, por dezenas de anos, todo o clima da Terra. Os dinossauros que por mais de cem milhões de anos reinavam, soberanos, por sobre toda a Terra, desapareceram totalmente. Chegava ao fim a Era Mesozóica, dos répteis e começava a Era Cenozóica, dos mamíferos. Como que se vingando, a Terra produziu uma floração de vida como nunca antes. Nossos ancestrais primatas surgiram por esta época. Somos do gênero dos mamíferos .

Mas eis que nos últimos trezentos anos o homo sapiens/demens montou uma investida poderosíssima sobre todas as comunidades ecossistêmicas do planeta, explorando-as e canalizando grande parte do produto terrestre bruto para os sistemas humanos de consumo. A conseqüência equivale a uma dizimação como outrora. O biólogo E. Wilson fala que a “humanidade é a primeira espécie na história da vida na Terra a se tornar numa força geofísica” destruidora. A taxa de extinção de espécies produzidas pela atividade humana é cinquenta vezes maior do que aquela anterior à intervenção humana. Com a atual aceleração, dentro de pouco – continua Wilson – podemos alcançar a cifra de mil até dez mil vezes mais espécies exterminadas pelo voraz processo consumista. O caos climático atual é um dos efeitos.

O prêmio Nobel de Química de 1995, o holandês Paul J. Crutzen, aterrorizado pela magnitude do atual ecocídio, afirmou que inauguramos uma nova era geológica: o antropoceno. É a idade das grandes dizimações perpetradas pela irracionalidade do ser humano (em grego ántropos). Assim termina tristemente a aventura de 66 milhões de anos de história da Era Cenozóica. Começa o tempo da obscuridade.

Para onde nos conduz o antropoceno? Cabe refletir seriamente.