quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Aborto e Filosofia

Colaborando com o conceito de aborto na filosofia, repasso este texto com a seguinte opinião? para a tirania hipocrisia das religiões, aborto é apenas sobre o fertilizar e nascer, isto é, a essência, o fundamental. Mas depois tudo pode, padres, pastores, bispos etc. não estão nem aí, que se faça a pedofilia onde aborta as crianças para toda a vida, a fome ao seu lado. Não são problemas deles que amam a Deus e são irmãos. E dos políticos, excessão aos que estão a frente de lutas para defender a vida dos pobres como Leonardo Boff e outros.

Aborto, mais que um conceito biologico que os hipocritas de plantão defendem, é para nós que prezamos o olhar filosófico é toda violência que cerca qualquer processo de evolução humana,
pessoal, indiduvial e coletiva, a sua plenitude no aqui e agora. Como diz o próprio J: "que todos tenham vida e vida em plenitude, no aqui e agora". Estes tiranos se chocam quando aborto biologico é colocado em debate, se calam, e na maiora das vezes são comparças de todo forma de poder que matam filhos aos poucos, tanto existenciamente como de forma terminal, a morte.

Filosofia e Aborto

por Marcos Spagnuolo Souza - marcospagnuolo@uol.com.br
O projeto filosófico é auto-referente elaborando a diferença, o nomadismo e a multiplicidade sendo uma proposta criadora como força responsável por extrair sentido do não-senso que nos cerca. A filosofia deixa de ser uma verdade absoluta para ser a alteração do próprio pensamento subvertendo a tradição.

Analisando as colocações dos filósofos, encontramos seis modelos de discursos: materialismo epicurista; materialismo hedonista; niilista; metafísico ontológico; metafísico ôntico; metafísico autoreferencial.

O discurso materialista epicurista invalida todo pensar metafísico. A verdade somente é captada pelos sentidos humanos. Vivencia um materialismo sem luxo, sem prazeres exagerados, sendo partidário de uma vida simples e calma. A vida passa a existir a partir do nascimento e deixa de existir após a morte. O aborto não é levado em consideração e não representa pontuação para discussão.

Discurso materialismo hedonista representado pelos cirenaicos defende a tese que a felicidade está principalmente no prazer do corpo físico, no consumismo, pois o consumo visa atender as necessidades do corpo. O pensar materialista hedonista não possui nenhuma preocupação com o aborto, sendo um assunto sem significância.

Discurso niilista tomando por base os cépticos enfatiza que nada sabemos e nada entendemos, sendo indiferente a todo tipo de conceito. Sente que não possui capacidade para afirmar o verdadeiro, assim sendo não define o certo ou o errado. O pensar niilista não elabora nenhum conceito sobre o aborto, não elabora julgamento do certo ou do errado.

O discurso metafísico ontológico representado por Sócrates, Platão, Cínicos, Maniqueus, Plotino e por Santo Agostinho (e outros) defende a existência de um mundo corruptível em oposição ao mundo incorruptível. O pecado é viver no mundo e qualquer ação no mundo é vivenciar o abismo na caverna platônica. Ter um corpo físico seja no interior do ventre ou no exterior significa afastamento de Deus. O pecado não é somente o aborto e sim a alma vivenciar ou experienciar um corpo material. Qualquer ação utilizando o corpo somático é pecado contra Deus e não apenas o aborto, pois quando estamos vivenciando o corpo estamos afastados da divindade.

O discurso metafísico ôntico explicado principalmente por Aristóteles, Estóicos, Proclo, Boêcio, Escoto e Tomás de Aquino salienta que o mundo é movimentado por Deus em direção a perfeição. O mundo material é uma manifestação da vontade de Deus. O mundo material não é considerado o cárcere da alma e sim incluído no próprio processo evolutivo controlado por Deus. O viver no mundo material implica estar em determinada etapa de evolução em direção a perfeição e existem infinitas etapas evolutivas. O aborto no viés metafísico ôntico não pode ser recriminado, pois tudo acontece conforme a vontade divina nada acontecendo sem que seja a materialização da vontade de Deus na Terra. Não existe pecado, existem graus de desenvolvimento, ou seja, níveis de aproximação de Deus.

O discurso metafísico autoreferencial é sustentado pelos sofistas e pelos ecléticos, sendo que cada ser humano elabora sua própria verdade metafísica. O aborto no paradigma metafísico autoreferencial é uma decisão individual de cada ser humano onde o outro não pode interferir, pois cada ser humano possui o livre arbítrio outorgado por Deus.

Podemos concluir salientando que Deus é infinito e que o ser humano não possui instrumental somático para captar a vontade divina, assim sendo, o aborto é uma questão de auto-referência de cada pessoa. No campo filosófico a razoabilidade é auto-referente e nenhum ser humano possui o direito de impor ao outro o seu próprio referencial e nenhum ser humano pode falar em nome de Deus.

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